Palabra de la semana / Palavra da semana

palavra_da_semana«Quando eles chegaram, o abismo – holocausto».

(Pontis 3, «Quando eles chegaram», de Rafael Bán Jacobsen).

 

«Cuando ellos llegaron, el abismo: el holocausto».

(Pontis 3, «Cuando ellos llegaron», de Rafael Bán Jacobsen, traducido por Federico Sörensen).

La palabra de esta semana es «holocausto», cuyo étimo, en español y portugués, es el mismo: del griego, ὁλόκαυστον holókauston, por el latín holocaustum,i «sacrifício em que a vítima é inteiramente queimada», según el diccionario de lengua portuguesa Houaiss on-line .

Lo que nos llevó a seleccionar este vocablo entre tantos otros textos de Pontis fueron las acepciones indicadas en los campos referentes a la definición de «holocausto» del diccionario Houaiss y del Diccionario de la Real Academia Española, versión on-line (DRAE).

Reproducimos a continuación la definición presentada por el DRAE:

«1. m. Gran matanza de seres humanos.

  1. m. Acto de abnegación total que se lleva a cabo por amor.
  2. m. Entre los israelitas especialmente, sacrificio religioso en que se quemaba la víctima completamente.»

Ahora, la definición presentada por el Houaiss:

«1 sacrifício, praticado pelos antigos hebreus, em que a vítima era inteiramente queimada

1.1 p.met. a vítima assim sacrificada

2 p.ext. sacrifício, expiação

    ‹ oferecer o próprio filho em h. ›

3 fig. ato de abnegar-se; renúncia, abnegação

4 hist massacre de judeus e de outras minorias, efetuado nos campos de concentração alemães durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) –  inicial maiúscula.»

Observemos; en portugués, la entrada número 4, de rúbrica histórica, referente a la masacre ocurrida en la Segunda Guerra Mundial. En este caso, como presenta una función referencial, que corresponde a un nombre propio, el vocablo debe ser escrito con inicial mayúscula en portugués


palavra_da_semanaQuando eles chegaram, o abismo – holocausto”.

(Pontis 3, “Quando eles chegaram”, de Rafael Bán Jacobsen).

Cuando ellos llegaron, el abismo: el holocausto”.

(Pontis 3, “Quando eles chegaram”, de Rafael Bán Jacobsen, traduzido por Federico Sörensen).

A palavra desta semana é “holocausto”, cujo étimo, em espanhol e português, é o mesmo: do grego, ὁλόκαυστον holókauston, pelo latim holocaustum,i “sacrifício em que a vítima é inteiramente queimada”, conforme o dicionário de língua portuguesa Houaiss on-line .

O que nos levou a selecionar este vocábulo entre tantos outros dos textos de Pontis foram as acepções indicadas nos campos referentes à definição de “holocausto” do dicionário Houaiss e do Diccionario de la Real Academia Española, versão on-line (DRAE).

Reproduzimos a seguir a definição apresentada pelo DRAE:

1. m. Gran matanza de seres humanos.
2. m. Acto de abnegación total que se lleva a cabo por amor.
3. m. Entre los israelitas especialmente, sacrificio religioso en que se quemaba la víctima completamente.

Agora, a definição apresentada pelo Houaiss:

1 sacrifício, praticado pelos antigos hebreus, em que a vítima era inteiramente queimada
1.1 p.met. a vítima assim sacrificada
2 p.ext. sacrifício, expiação
    ‹ oferecer o próprio filho em h. ›
3 fig. ato de abnegar-se; renúncia, abnegação
4 hist massacre de judeus e de outras minorias, efetuado nos campos de concentração alemães durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) – inicial maiúscula.”

Observemos, em português, o registro número 4, de rubrica histórica, referente ao massacre ocorrido na Segunda Guerra Mundial. Neste caso, como apresenta uma função referencial, correspondente a um nome próprio, o vocábulo deve ser grafado com inicial maiúscula em português.

Amanda Duarte Blanco

Palabra de la semana / Palavra da semana

[…] anunciando ao pai e à mãe o que, para ele, era um acontecimento dos mais extraordinários, desses capazes de roubar o sono e povoar a mente de indagações por vários dias […]

(Pontis 3, «Korban», de Rafael Bán Jacobsen).

[…] anunciándoles al padre y a la madre lo que para él era un acontecimiento de los más extraordinarios, de esos capaces de quitar el sueño y poblar la mente de indagaciones por varios días […]

(Pontis 3, «Korban», de Rafael Bán Jacobsen, traducido por Verónica Machado).

La palabra de esta semana palavra_da_semanaes «sueño». Ya es más que conocido el hecho de que, aunque el portugués y el español sean lenguas históricamente tan cercanas, no se puede pretender que exista siempre una relación biunívoca entre los elementos léxicos de ambos sistemas. El ejemplo seleccionado como palabra de la semana, sueño, demuestra esto. Siguiendo las definiciones propuestas y la información etimológica presentada en el diccionario de lengua portuguesa Houaiss on-line y en el Diccionario de la Real Academia Española (DRAE) también en versión on-line, veremos la explicación etimológica para el ejemplo seleccionado.

Según el DRAE, sueño está definido, entre tantas acepciones, como «1. m. Acto de dormir. 2. m. Ganas de dormir: Tengo sueño. 3. m. Acto de representarse en la fantasía de alguien, mientras duerme, sucesos o imágenes».

O sea, en portugués, tendríamos allí dos palabras diferentes para expresar la primera y la segunda acepción, que sería «sono», y otra («sonho») para la tercera acepción reproducida arriba. ¿Por qué sucede esto?

Según el diccionario Houaiss, «sonho», de base latina, deviene de  somnĭum,ĭi ‘sonho’, definido como «conjunto de imagens, de pensamentos ou de fantasias que se apresentam à mente durante o sono ‹ teve um s. terrível › ‹ tenha bons s. › » y, entre otras acepciones, «2. ato, pessoa ou objeto visto ou imaginado durante o sono ‹ o seu s. daquela noite foi de que estava comprando um iate › ».

Por su parte, la palabra «sono» es definida como un «estado fisiológico temporário, que ocorre periodicamente, caracterizado por supressão da vigilância, desaceleração do metabolismo, relaxamento muscular, diminuição da atividade sensorial, suspensão das experiências conscientes que estão referidas no momento ao indivíduo e ao mundo e pela aparição concomitante de sonho  ‹ são necessárias oito horas de s. diárias › », y, entre otras, «2. vontade, desejo ou necessidade de dormir ‹ o menino lutava com o s., esperando a passagem do cometa › ‹ não se recolheu porque estava sem s. › ».  En el campo etimológico, el Houaiss explica que la palabra deriva del latín sōmnus,i.

Interesante es destacar que, conforme la obra citada, el étimo del español sueño es tanto somnĭum,ĭi como sōmnus ‘sono’, a pesar de que la evolución sōmnus > sueño presente menores dificultades fonéticas que somnĭum > sueño.


 

[…] anunciando ao pai e à mãe o que, para ele, era um acontecimento dos mais extraordinários, desses capazes de roubar o sono e povoar a mente de indagações por vários dias […]

(Pontis 3, “Korban”, de Rafael Bán Jacobsen).

[…] anunciándoles al padre y a la madre lo que para él era un acontecimiento de los más extraordinarios, de esos capaces de quitar el sueño y poblar la mente de indagaciones por varios días […]

(Pontis 3, “Korban”, de Rafael Bán Jacobsen, traduzido por Verónica Machado).

palavra_da_semanaA palavra desta semana é “sonho”. Já é mais do que conhecido o fato de que, embora o português e o espanhol sejam línguas historicamente tão próximas, não se pode pretender que ocorra sempre uma relação biunívoca entre os elementos lexicais de ambos os sistemas. O exemplo selecionado como palavra da semana, “sonho”, demonstra isso. Seguindo as definições propostas e as informações etimológicas apresentadas no dicionário de língua portuguesa Houaiss on-line e no Diccionario de la Real Academia Española (DRAE) também em versão on-line, veremos a explicação etimológica para  o exemplo selecionado.

Conforme o DRAE, sueño é definido, entre tantas acepções, como “1. m. Acto de dormir. 2. m. Gana de dormir. Tengo sueño. 3. m. Acto de representarse en la fantasía de alguien, mientras duerme, sucesos o imágenes”.

Ou seja, em português, teríamos aí duas palavras diferentes para expressar a primeira e a segunda acepções, que seria “sono”, e outra (“sonho”) para a terceira acepção reproduzida acima. Por que isso ocorre?

Conforme o dicionário Houaiss, “sonho”, de base latina, advém de  somnĭum,ĭi ‘sonho’, definido como “1 conjunto de imagens, de pensamentos ou de fantasias que se apresentam à mente durante o sono ‹ teve um s. terrível › ‹ tenha bons s. ›” e, entre outras acepções, “ 2 ato, pessoa ou objeto visto ou imaginado durante o sono ‹ o seu s. daquela noite foi de que estava comprando um iate ›”.

Por sua vez, a palavra “sono” é definida como um “estado fisiológico temporário, que ocorre periodicamente, caracterizado por supressão da vigilância, desaceleração do metabolismo, relaxamento muscular, diminuição da atividade sensorial, suspensão das experiências conscientes que estão referidas no momento ao indivíduo e ao mundo e pela aparição concomitante de sonho  ‹ são necessárias oito horas de s. diárias ›”, e, entre outras, “2 vontade, desejo ou necessidade de dormir ‹ o menino lutava com o s., esperando a passagem do cometa › ‹ não se recolheu porque estava sem s. ›.  No campo etimológico, o Houaiss explica que a palavra deriva do latim sōmnus,i.

Interessante frizar que, conforme a obra citada, o étimo do espanhol sueño é tanto somnĭum,ĭi quanto sōmnus ‘sono’, “embora a evolução sōmnus > sueño apresente dificuldades fonéticas menores do que somnĭum > sueño”.


Palavra da semana/Palabra de la semana

«Começou uma algazarra perto da casa.»

(Pontis 3, «Caligrafia do espanto», de Rafael Bán Jacobsen).

«Comenzó un alboroto cerca de la casa.»

(Pontis 3, «Caligrafía del espanto», de Rafael Bán Jacobsen, traduzido por Leticia Lorier y Manuela Pequera).

palavra_da_semana

La palabra de esta semana es «algazarra». Según el diccionario de lengua portuguesa Houaiss, versión on-line, es un sustantivo masculino, cuyo primer registro escrito en português data del siglo XV. Antiguamente, denominaba «grita ou alarido dos mouros quando iniciavam um combate», pero luego, por extensión de sentido, pasó a indicar «vozearia, barulheira, tagarelada». El origen es árabe: de al-gazārâ, «abundância, grande quantidade; ruído com ira; loquacidade».

El Diccionario de la Real Academia Española (DRAE), en su versión on-line, indica que el origen del vocablo algazara es árabe, proveniente del árabe hispánico alḡazara «locuacidad», y éste del árabe clásico ḡazārah «abundancia», usado para denominar, y citamos: «ruido, gritería de una o de muchas personas juntas, que por lo común nace de alegría», o «vocería de los moros y de otras tropas, al sorprender o acometer al enemigo».

Aquí la tradución de «algazarra» propuesta en el cuento traducido es alboroto, proveniente, de acuerdo al DRAE, de alborotar, el que, a su vez, quizás sea oriundo del latín  volutāre «dar muchas vueltas, revolcar», en intersección con el vocablo alborozar. Este último, definido como «inquietar, alterar, conmover, perturbar», «amotinar, sublevar», «encrespar», «causar alegría», proviene de alborozo, oriundo del árabe hispânico  alburúz, y éste del árabe clásico burūz, «parada militar previa a una expedición».

Existe también la palabra «alboroto» en portugués, cuya remisión nos lleva a «alvoroço», un sustantivo masculino datado, por registro escrito, en el siglo XIII. La definición del vocablo indica denominar el «ato ou efeito de alvoroçar; alvoroçamento», siendo que el verbo «alvoroçar» presenta en su campo de definición las siguientes acepciones: «agitação, alteração de ânimo; inquietação, sobressalto», «manifestação de alegria, de entusiasmo», «ação ou movimento que denota pressa, açodamento; precipitação», «estado de tumulto, motim ou revolta»; «sublevação» y, específicamente en Brasil, «manifestação ruidosa e confusa; gritaria, balbúrdia». Finalmente, con el sentido usado especialmente en el sur de Brasil, indica «período de grande desejo sexual da fêmea animal; cio». Como en español, el étimo del vocablo es árabe: al-burûz «sair em grande pompa, com gritos de alegria, para receber alguém».


Começou uma algazarra perto da casa.

(Pontis 3, “Caligrafia do espanto”, de Rafael Bán Jacobsen).

Comenzó un alboroto cerca de la casa.

(Pontis 3, “Caligrafía del espanto, de Rafael Bán Jacobsen, traduzido por Leticia Lorier e Manuela Pequera).

palavra_da_semanaA palavra desta semana é “algazarra”. Conforme o dicionário de língua portuguesa Houaiss, versão on-line, é um substantivo masculino, cujo primeiro registro escrito em português data do século XV. Antigamente, denominava “grita ou alarido dos mouros quando iniciavam um combate”, mas depois, por extensão de sentido, passou a indicar “vozearia, barulheira, tagarelada”. A origem é árabe: de al-gazārâ, “abundância, grande quantidade; ruído com ira; loquacidade”.

O Diccionario de la Real Academia Española (DRAE), versão on-line, indica que a origem do vocábulo algazara é árabe, proveniente do árabe hispânico alḡazara “locuacidad”, e este do árabe clássico ḡazārah “abundancia”, usado para denominar, citamos: “ruido, gritería de una o de muchas personas juntas, que por lo común nace de alegría”, ou “vocería de los moros y de otras tropas, al sorprender o acometer al enemigo”.

Já a tradução de “algazarra” proposta no conto traduzido é alboroto, proveniente, de acordo com o DRAE, de alborotar, o qual, por sua vez, talvez seja oriundo do latim volutāre “dar muchas vueltas, revolcar”, em cruzamento com o vocábulo alborozar. Este último, definido como “inquietar, alterar, conmover, perturbar”, “amotinar, sublevar”, “encrespar”, “causar alegría”, provém de alborozo, oriundo do árabe hispânico alburúz, e este do árabe clássico burūz, “parada militar previa a una expedición”.

Existe também em português a palavra “alboroto”, cuja remissiva nos leva a “alvoroço”, um substantivo masculino datado, em registro escrito, do século XIII. A definição do vocábulo indica denominar o “ato ou efeito de alvoroçar; alvoroçamento”, sendo que o verbo “alvoroçar” apresenta em seu campo definitório as seguintes acepções: agitação, alteração de ânimo; inquietação, sobressalto”, manifestação de alegria, de entusiasmo”, ação ou movimento que denota pressa, açodamento; precipitação”, “estado de tumulto, motim ou revolta”; “sublevação” e, especificamente no Brasil, “manifestação ruidosa e confusa; gritaria, balbúrdia”. Por fim, com o sentido usado especialmente no sul do Brasil, indica “período de grande desejo sexual da fêmea animal; cio”. Como no espanhol, o étimo do vocábulo é árabe: al-burûz “sair em grande pompa, com gritos de alegria, para receber alguém”.

Amanda Duarte Blanco

Palabra de la semana/ Palavra da semana

palavra_da_semana«[…] é como se ele estivesse ao meu lado, apontando os homens sem camisa e as mulheres de biquíni que se espalhavam por todos os cômodos […].»

 

(Pontis 3, “Caligrafia do espanto”, de Rafael Bán Jacobsen).

«[…] es como si él estuviese a mi lado, señalando a los hombres sin camisa y a las mujeres en biquini que se esparcían por todas las habitaciones […].»

 

(Pontis 3, “Caligrafía del espanto, de Rafael Bán Jacobsen, traducido por Leticia Lorier y Manuela Pequera).

 

La palabra de esta semana es «biquíni», cuyo primer registro escrito data de 1947. En portugués, según el diccionario Houaiss de lengua portuguesa en su versión on-line, «biquíni» denomina un «maiô de duas peças de tamanho reduzido, que cobrem o busto e a parte inferior do tronco», o «calcinha feminina de dimensões reduzidas»; en Angola, Mozambique y Guinea-Bissau, una «cueca ou sunga masculina». El origen del vocablo es toponímico, referido a Bikini, «atol do Pacífico onde se deu, em julho de 1946, uma explosão atômica experimental; provavelmente porque uma mulher de biquíni provocava, na época, o efeito de uma “bomba atômica”». Además, en el campo de información etimológica, el mencionado diccionario explicita que, en Francia, es marca registrada.

Por su parte, el Diccionario de la Real Academia Española (DRAE), en su versión on-line, indica que el vocablo es originario de inglés, bikini, y éste de Bikini, «nombre de un atolón de las Islas Marshall» y destaca la influencia de ‘bi-‘ por alusión a las dos piezas, información que no consta en el diccionario Houaiss. A diferencia de lo registrado en portugués, la definición de la palabra en el DRAE solo contiene una acepción: «prenda femenina de baño compuesta de un sujetador y una braga».


 

“[…] é como se ele estivesse ao meu lado, apontando os homens sem camisa e as mulheres de biquíni que se espalhavam por todos os cômodos […].”

(Pontis 3, “Caligrafia do espanto”, de Rafael Bán Jacobsen).
“[…] es como si él estuviese a mi lado, señalando a los hombres sin camisa y a las mujeres en biquini que se esparcían por todas las habitaciones […].”

(Pontis 3, “Caligrafía del espanto, de Rafael Bán Jacobsen, traduzido por Leticia Lorier y Manuela Pequera).
A palavra desta semana é “biquíni”, cujo primeiro registro escrito data de 1947. Em português, conforme o dicionário Houaiss de língua portuguesa versão on-line, “biquíni” denomina um “maiô de duas peças de tamanho reduzido, que cobrem o busto e a parte inferior do tronco”, ou “calcinha feminina de dimensões reduzidas”; em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, uma “cueca ou sunga masculina”. A origem do vocábulo é toponímica, com referência a Bikini, “atol do Pacífico onde se deu, em julho de 1946, uma explosão atômica experimental; provavelmente porque uma mulher de biquíni provocava, na época, o efeito de uma ‘bomba atômica’”. Além disso, no campo de informações etimológicas, o mencionado dicionário explicita que, na França, é marca registrada.

Por sua vez, o Diccionario de la Real Academia Española (DRAE), versão on-line, indica que o vocábulo é oriundo do inglês, bikini, e este de Bikini, “nombre de un atolón de las Islas Marshall” e ressalta a ocorrência de influência de ‘bi-‘ por alusão às duas peças, informação essa que não consta no dicionário Houaiss. Diferentemente do registrado em português, a definição da palavra no DRAE só contém uma acepção: “prenda femenina de baño compuesta de un sujetador y una braga”.

 

Amanda Duarte Blanco

Palabra de la semana/Palavra da semana

palavra_da_semanaApós três batidas secas na aldrava, abriu-se a porta.
(Pontis 3, “Anotações do acaso em uma xícara de café”, de Rafael Bán Jacobsen).

Luego de tres golpes secos a la aldaba, se abrió la puerta”.
(
Pontis 3, “Anotaciones del azar en una taza de café”, de Rafael Bán Jacobsen, traduzido por Carla Rapetti).

A palavra desta semana é “aldrava”. Ao consultar o dicionário de língua portuguesa on-line Houaiss, podemos ver a remissiva para “aldraba”, o que significa que “aldrava” é uma variante do que a obra considera como vocábulo padrão. “Aldraba” é um substantivo feminino (cujo primeiro registro escrito data de 1456), que denomina, conforme a primeira acepção apresentada pelo mencionado dicionário, uma “pequena tranca metálica para fechar a porta, com dispositivo por fora para abrir e fechar; ferrolho”. A etimologia de tal vocábulo é indicada como oriunda do árabe: ad-dabbâ, “trinco, lingueta, ferrolho (de ferro)”. Por sua vez, o Diccionario de la Real Academia Española (DRAE), versão on-line, é mais específico nas informações dadas em seu campo etimológico: vocábulo oriundo do árabe hispânico, aḍḍabba, e este do árabe clássico, ḍabbah; literalmente “lagarta”, por sua forma, originalmente semelhante à desta réptil. A primeira acepção indicada no DRAE no campo de definição do item lexical é semelhante à do português: “Pieza de hierro o bronce que se pone a las puertas para llamar golpeando con ella”.

Amanda Blanco Duarte


palavra_da_semana

«Após três batidas secas na aldrava, abriu-se a porta.»
(Pontis 3, «Anotações do acaso em uma xícara de café», de Rafael Bán Jacobsen).

«Luego de tres golpes secos a la aldaba, se abrió la puerta.»
(Pontis 3, «Anotaciones del azar en una taza de café», de Rafael Bán Jacobsen, traducido por Carla Rapetti).

La palabra de esta semana es «aldaba».  Al consultar el diccionario de lengua portuguesa on-line Houaiss, podemos ver que remite a «aldraba», lo que significa que «aldrava» es una variante de lo que la obra considera como vocablo modelo. «Aldraba» es un sustantivo femenino (cuyo primer registro escrito data de 1456), que denomina, según la primera acepción presentada por el mencionado diccionario, una «pequena tranca metálica para fechar a porta, com dispositivo por fora para abrir e fechar; ferrolho». La etimología de este vocablo está señalada como oriunda del árabe: ad-dabbâ, «trinco, lingueta, ferrolho (de ferro)». Por su parte, el Diccionario de la Real Academia Española (DRAE), versión on-line, es más específico en las informaciones que brinda en su campo etimológico: vocablo oriundo del árabe hispánico, aḍḍabba, y este del árabe clásico, ḍabbah; literalmente «lagarta», por su forma, originalmente semejante a la de este reptil. La primera acepción señalada en el DRAE en el campo de la definición del ítem léxico es semejante a la del portugués: «Pieza de hierro o bronce que se pone a las puertas para llamar golpeando con ella».

Palabra de la semana/Palavra da semana

palavra_da_semanaFico-lhe com uma raiva que a minha vontade é fugir, não sei para onde, mas fugir para sempre, diluir-me no espaço!

(Pontis 1, «Se eu fosse outra…», de Júlia Lopes de Almeida).

«¡Siento tanta rabia hacia él que me dan ganas de huir, no sé para dónde, pero para siempre, disolverme en el espacio!»

(Pontis 1, «Si yo fuese otra…», de Júlia Lopes de Almeida, traducido por María Noel Melgar).

La palabra de la semana es «raiva», que, de acuerdo al diccionario Houaiss online, tiene origen latino: del latín vulgar rabĭa, originado del latín clásico rabĭes,ei —como es costumbre, presentamos la palabra como consta en los diccionarios de latín: primero su forma en el caso nominativo, seguida de la terminación del caso genitivo luego de la coma «raiva (doença), fúria, frenesi, violência; delírio inspirado». Las formas históricas indicadas en el diccionario son las siguientes: siglo XIII, ravia; en siglo XV, raiva e rajua.

Llamamos la atención sobre el hecho de que, en el siglo XIII, existe una clara coincidencia formal entre ravia en portugués y su análago en español, «rabia». Ahora nos detendremos en la siguiente pregunta: ¿Qué justifica, en portugués, la alteración de la ‘b’ intervocálica latina por la «v»? Para llegar a la respuesta, nuevamente nos basamos en la obra Gramática Histórica, escrita por el filólogo Ismael Coutinho, publicada en Rio de Janeiro, en 1970, por la Livraria Acadêmica.

Según Coutinho (1970, p113), generalmente la ‘b’ intervocálica pasa, en portugués, a ser escrita como ‘v’ o desaparece. Ejemplos del fenómeno son: «névoa» (de ‘nebŭla, -ae’), «cavalo» (de ‘cabāllus, -i’), «haver» (de ‘habēre’), «deber» (de ‘debēre’), etc.

En primer lugar, sucedió el cambio de ‘b’ por ‘v’ en el siglo I, y se consolidó en el siglo II. La presencia de la ‘b’ intervocálica, en portugués, se explica por haber sido esta una forma vernácula rehecha con base en el latín, como ocurre en ‘tábua’ (de ‘tabŭla, -ae’) o por ser de introducción culta, como ‘diabo’ (de ‘diabŏlus, -i’).

 


 

palavra_da_semanaFico-lhe com uma raiva que a minha vontade é fugir, não sei para onde, mas fugir para sempre, diluir-me no espaço!

(Pontis 1, “Se eu fosse outra…”, de Júlia Lopes de Almeida).

¡Siento tanta rabia hacia él que me dan ganas de huir, no sé para dónde, pero para siempre, disolverme en el espacio!

(Pontis 1, “Si yo fuese otra…”, de Júlia Lopes de Almeida, traduzido por María Noel Melgar).

A palavra dessa semana é “raiva”, que, conforme o dicionário Houaiss on-line, tem origem latina: do latim vulgar rabĭa, originado do latim clássico rabĭes,ei como de praxe, apresentamos a palavra conforme consta nos dicionários de latim: primeiramente sua forma no caso nominativo, seguida da terminação do caso genitivo logo após a vírgula “raiva (doença), fúria, frenesi, violência; delírio inspirado”. As formas históricas indicadas pelo mencionado dicionário são as seguintes: no século XIII, ravia; no século XV, raiva e rajua.

Chamamos a atenção para o fato de que, no século XIII, existe uma clara coincidência formal entre “ravia” em português e seu análogo em espanhol, rabia. Agora nos deteremos na seguinte pergunta: o que justifica, em português, a alteração do ‘b’ intervocálico latino para “v”? Para chegarmos à resposta, nós novamente nos baseamos na obra Gramática Histórica, escrita pelo filólogo Ismael Coutinho, publicada no Rio de Janeiro, em 1970, pela Livraria Acadêmica.

Segundo Coutinho (1970, p. 113), geralmente o ‘b’ latino intervocálico passa, em português, a ser escrito como ‘v’ ou desaparece. Exemplos do fenômeno são: “névoa” (de ‘nebŭla, –ae), “cavalo” (de ‘cabāllus, -i), “haver” (de ‘habēre’), “deber” (de ‘debēre’), etc. Em primeiro lugar, ocorreu a mudança de ‘b’ por ‘v’ no século I, consolidada no século II. A presença do ‘b’ intervocálico, em português, se explica por haver sido esta uma forma vernácula refeita com base no latim, como ocorre em ‘tábua’ (de ‘tabŭla, –ae) ou por ser de introdução culta, como ‘diabo’ (de ‘diabŏlus, -i).

Amanda Duarte Blanco

Palabra de la semana/Palavra da semana

palavra_da_semanaInesperadamente, o Leo veio me buscar nesse domingo pela manhã. Vinha muito excitado, mas não quis me dizer nada”.

(Pontis 2, “Final de Conto”, de Elaine Mendina, traduzido por Manuela Pequera e Amanda Duarte Blanco).

Sorpresivamente Leo llegó a buscarme ese domingo por la mañana. Venía muy excitado, pero no quiso decirme nada”.

(Pontis 2, «Final de Cuento», de Elaine Mendina).

A palavra dessa semana é “domingo”. Tal vocábulo tem origem latina: dies dominĭcus ‘dia do Senhor’ (em substituição ao antigo e pagão dies solis), tendo o substantivo dies sido apagado e dominĭcus adquirido o significado de toda a locução. A palavra “sábado” também é comum a ambas as línguas (e aqui citamos as informações etimológicas do Diccionario de la Real Academia online): do latim tardio sabbătum, este do grego σάββατον (sábbaton), este do hebraico šabbāt, e este do acádio šabattum ‘descanso’.

Porém, como sabemos, as denominações dos outros dias da semana em ambas as línguas diferem, tendo Portugal adotado os nomes advindos do latim litúrgico propostos por Martinho de Dume, bispo da cidade de Braga, em Portugal, no século V d.C.; e o espanhol seguido a evolução dos calendários pagãos influenciados por astros, deuses e elementos da natureza, qual seja:

Dies Lunae: dia da Lua (segunda-feira)

Dies Martis: dia de Marte (terça-feira)

Dies Mercŭri: dia de Mercúrio (quarta-feira)

Dies Iovis: dia de Júpiter (quinta-feira)

Dies Venĕris: dia de Vênus (sexta-feira)

Portanto, contando em português a partir do dia de descanso, “domingo” uma vez também conhecido como prima feria , os dias que o seguem recebem o numeral ordinal correspondente:

Secunda feria (segunda-feira)

Tertia feria (terça-feira)

Quarta feria (quarta-feira)

Quinta feria (quinta-feira)

Sexta feria (sexta-feira)


palavra_da_semana

«Inesperadamente, o Leo veio me buscar nesse domingo pela manhã. Vinha muito excitado, mas não quis me dizer nada».

(Pontis 2, «Final de Conto», de Elaine Mendina, traducido por Manuela Pequera yAmanda Duarte Blanco).

«Sorpresivamente Leo llegó a buscarme ese domingo por la mañana. Venía muy excitado, pero no quiso decirme nada».

(Pontis 2, «Final de Cuento», de Elaine Mendina).

La palabra de esta semana es «domingo». Dicho vocablo tiene origen latino: dies dominĭcus ‘día del Señor’ (en sustitución del antiguo y pagano dies solis), habiendo sido eliminado el sustantivo dies y habiendo dominĭcus adquirido el significado de toda la locución. La palabra «sábado» también es común a ambas lenguas (y aquí citamos información etimológica del Diccionario de la Real Academia online): del latín tardío sabbătum, este del griego σάββατον (sábbaton), este del hebraico šabbāt, y este del acadio šabattum ‘descanso’.

No obstante, como sabemos, las denominaciones de los otros días de la semana en ambas lenguas difieren, ya que Portugal adoptó los nombres provenientes del latín litúrgico propuestos por Martinho de Dume, obispo de la ciudad de Braga, en Portugal, en el siglo V d.C.; mientras que el español siguió la evolución de los calendarios paganos influenciados por astros, dioses y elementos de la naturaleza, es decir:

Dies Lunae: día de la Luna (lunes)

Dies Martis: día de Marte (martes)

Dies Mercŭri: día de Mercúrio (miércoles)

Dies Iovis: día de Júpiter (jueves)

Dies Venĕris: dia de Venus (viernes)

Así, en portugués, contando a partir del día de descanso, «domingo» que otrora fuera conocido como prima feria , los días que lo siguen reciben el numeral ordinal correspondiente:

Secunda feria (segunda-feira)

Tertia feria (terça-feira)

Quarta feria (quarta-feira)

Quinta feria (quinta-feira)

Sexta feria (sexta-feira)


 

Palavra da semana/Palabra de la semana

«Hay que hacerlo esta noche, todo está arreglado y tenemos que aprovechar la noche cerrada, sin luna.» (Pontis 2, «Quileros», de Elaine Mendina).

Tem que ser feito nesta noite, tudo está combinado e temos que aproveitar a noite fechada, sem lua.” (Pontis 2, “Quileiros”, de Elaine Mendina, traduzido por Carla Rapetti e María Noel Melgar).

palavra_da_semanaA palavra dessa semana é “lua”, que, conforme o dicionário Houaiss on-line, tem origem latina: lūna,ae “lua; mês; noite; cartilagens semicirculares da garganta; a garganta” (como de praxe, apresentamos a palavra conforme consta nos dicionários de latim: primeiramente sua forma no caso nominativo, seguida da terminação do caso genitivo logo após a vírgula). Claro fica o fato de “lua” e luna serem vocábulos oriundos da mesma fonte, por questões relativas à semelhança formal entre ambos os vocábulos. Nossa pergunta é: por que houve o desaparecimento do -n- intervocálico em português, tendo em vista sua manutenção em espanhol? Para chegarmos à resposta, nós nos baseamos na obra Gramática Histórica, escrita pelo reconhecido filólogo Ismael Coutinho, publicada no Rio de Janeiro, em 1970, pela Livraria Acadêmica.

Coutinho (1970, p. 115), ensina que, em português , o -n- intervocálico medial nasaliza a vogal anterior com a que está em contato, nasalização que posteriormente desaparece na maioria dos casos. Tanto é assim que, conforme o dicionário Houaiss, registram-se as seguintes formas históricas no século XIII: llũa e lũha; no século XIV: lua; no século XV: lũua. Este fenômeno ocorreu não somente com o vocábulo em questão, mas também com, por exemplo, “ter” (de tenēre), “fresta” (de fenēstra, -ae), “geral” (de generālis, -e), “boa” (bonus, -a, -um), “coroa” (de corōna, -ae) etc. Conforme o estudioso, tal fenômeno ocorreu ao redor do século XI. No entanto, a nasalização do português permanece: i) quando ocorre a fusão da vogal final com a tônica anterior, por serem idênticas ou semelhantes, como em “lã” (de lana, -ae); ii) quando as palavras portuguesas provêm de vocábulos latinos vulgares terminados em ‘anu’, ‘ane’, ‘-ene’, ‘ine’, ‘inu’, ‘-ina’, ‘-one’, como em “grão” (de grānum, -i), “cão” (de canis, is) etc. Nas terminações ‘inu’, ‘ina’, desenvolveu-se a palatal ‘-nh’ para evitar o hiato, de onde ‘inho’ – ‘inha’. A nasalização produzida pelo -n- intervocálico é uma das principais características fonéticas do português, diferentemente do espanhol. Além desses casos, o -n- intervocálico se explica: a) por reconstituição da palavra, seguindo o modelo latino, como em “menos”, “pena”, que, em português arcaico, eram escritos como meos e pea, respectivamente; ou b) por influência literária, como em “diácono”, “cônego”, escritos, em português arcaico, diago e cooigo; c) por introdução culta: “fortuna”, “ameno”, “sereno”, “ruína”.

Amanda Duarte Blanco


«Hay que hacerlo esta noche, todo está arreglado y tenemos que aprovechar la noche cerrada, sin luna.» (Pontis 2, «Quileros», de Elaine Mendina).

Tem que ser feito nesta noite, tudo está combinado e temos que aproveitar a noite fechada, sem lua.” (Pontis 2, “Quileiros”, de Elaine Mendina, traduzido por Carla Rapetti e María Noel Melgar).

La palabra de esta semana es «lua», que, según el diccionario Houaiss online, tiene palavra_da_semanaorigen latino: lūna,ae «lua; mês; noite; cartilagens semicirculares da garganta; a garganta» (como es costumbre, presentamos la palabra como consta en los diccionarios de latín: primero su forma en el caso nominativo, seguida de la terminación del caso genitivo luego de la coma). Es claro el hecho de que lua y «luna» sean vocablos oriundos de la misma fuente, por cuestiones relativas a la semejanza formal entre ambos. Nuestra pregunta es: ¿por qué ocurrió la desaparición de la -n intervocálica en portugués, considerando su mantenimiento en español? Para llegar a la respuesta nos basamos en la obra Gramática Histórica, escrita por el reconocido filólogo Ismael Coutinho, publicada en Rio de Janeiro, en 1970, por la Livraria Acadêmica.

Coutinho (1970, p. 115), enseña que, en portugués, la -n intervocálica medial nasaliza la vocal anterior con la que está en contacto, nasalización que posteriormente desaparece en la mayoría de los casos. Tanto es así que, de acuerdo con el diccionario Houaiss, se registran la siguientes formas históricas en el siglo XIII: llũa e lũha; en el siglo XIV: lua; en el siglo XV: lũua. Este fenómeno ocurrió no solamente con el vocablo en cuestión, sino también, por ejemplo, «ter» (de tenēre), «fresta» (de fenēstra, -ae), «geral» (de generālis, -e), «boa» (bonus, -a, -um), «coroa» (de corōna, -ae), etc. De acuerdo con el estudioso, tal fenómeno sucedió alrededor del siglo XI. Sin embargo, la nasalización del portugués permanece: i) cuando ocurre la fusión de la vocal final con la tónica anterior, por ser indénticas o semejantes, como en «lã» (de lana, -ae); ii) cuando las palabras portuguesas provienen de vocablos latinos vulgares terminados en ‘anu’, ‘ane’, ‘-ene’, ‘ine’, ‘inu’, ‘-ina’, ‘-one’, como en «grão» (de grānum, -i), «cão» (de canis, is), etc. En las terminaciones ‘inu’, ‘ina’, se desarrolló la palatal ‘-nh’ para evitar el hiato, origen de ‘inu’, ‘ina’. La nasalización producida por la -n intervocálica es una de las principales características fonéticas del portugués, a diferencia del español. Además de esos casos, la -n intervocálica se explica: a) por reconstitución de la palabra, siguiendo el modelo latino, como en «menos», «pena», que, en portugués arcaico, eran escritos como meos y pea, respectivamente; o b) por influencia literaria, como en «diácono», «cônego», escritos, en portugués arcaico, diago y cooigo; c) por introducción culta: «fortuna», «ameno», «sereno», «ruína».