[…] anunciando ao pai e à mãe o que, para ele, era um acontecimento dos mais extraordinários, desses capazes de roubar o sono e povoar a mente de indagações por vários dias […]
(Pontis 3, «Korban», de Rafael Bán Jacobsen).
[…] anunciándoles al padre y a la madre lo que para él era un acontecimiento de los más extraordinarios, de esos capaces de quitar el sueño y poblar la mente de indagaciones por varios días […]
(Pontis 3, «Korban», de Rafael Bán Jacobsen, traducido por Verónica Machado).
La palabra de esta semana es «sueño». Ya es más que conocido el hecho de que, aunque el portugués y el español sean lenguas históricamente tan cercanas, no se puede pretender que exista siempre una relación biunívoca entre los elementos léxicos de ambos sistemas. El ejemplo seleccionado como palabra de la semana, sueño, demuestra esto. Siguiendo las definiciones propuestas y la información etimológica presentada en el diccionario de lengua portuguesa Houaiss on-line y en el Diccionario de la Real Academia Española (DRAE) también en versión on-line, veremos la explicación etimológica para el ejemplo seleccionado.
Según el DRAE, sueño está definido, entre tantas acepciones, como «1. m. Acto de dormir. 2. m. Ganas de dormir: Tengo sueño. 3. m. Acto de representarse en la fantasía de alguien, mientras duerme, sucesos o imágenes».
O sea, en portugués, tendríamos allí dos palabras diferentes para expresar la primera y la segunda acepción, que sería «sono», y otra («sonho») para la tercera acepción reproducida arriba. ¿Por qué sucede esto?
Según el diccionario Houaiss, «sonho», de base latina, deviene de somnĭum,ĭi ‘sonho’, definido como «conjunto de imagens, de pensamentos ou de fantasias que se apresentam à mente durante o sono ‹ teve um s. terrível › ‹ tenha bons s. › » y, entre otras acepciones, «2. ato, pessoa ou objeto visto ou imaginado durante o sono ‹ o seu s. daquela noite foi de que estava comprando um iate › ».
Por su parte, la palabra «sono» es definida como un «estado fisiológico temporário, que ocorre periodicamente, caracterizado por supressão da vigilância, desaceleração do metabolismo, relaxamento muscular, diminuição da atividade sensorial, suspensão das experiências conscientes que estão referidas no momento ao indivíduo e ao mundo e pela aparição concomitante de sonho ‹ são necessárias oito horas de s. diárias › », y, entre otras, «2. vontade, desejo ou necessidade de dormir ‹ o menino lutava com o s., esperando a passagem do cometa › ‹ não se recolheu porque estava sem s. › ». En el campo etimológico, el Houaiss explica que la palabra deriva del latín sōmnus,i.
Interesante es destacar que, conforme la obra citada, el étimo del español sueño es tanto somnĭum,ĭi como sōmnus ‘sono’, a pesar de que la evolución sōmnus > sueño presente menores dificultades fonéticas que somnĭum > sueño.
[…] anunciando ao pai e à mãe o que, para ele, era um acontecimento dos mais extraordinários, desses capazes de roubar o sono e povoar a mente de indagações por vários dias […]
(Pontis 3, “Korban”, de Rafael Bán Jacobsen).
[…] anunciándoles al padre y a la madre lo que para él era un acontecimiento de los más extraordinarios, de esos capaces de quitar el sueño y poblar la mente de indagaciones por varios días […]
(Pontis 3, “Korban”, de Rafael Bán Jacobsen, traduzido por Verónica Machado).
A palavra desta semana é “sonho”. Já é mais do que conhecido o fato de que, embora o português e o espanhol sejam línguas historicamente tão próximas, não se pode pretender que ocorra sempre uma relação biunívoca entre os elementos lexicais de ambos os sistemas. O exemplo selecionado como palavra da semana, “sonho”, demonstra isso. Seguindo as definições propostas e as informações etimológicas apresentadas no dicionário de língua portuguesa Houaiss on-line e no Diccionario de la Real Academia Española (DRAE) também em versão on-line, veremos a explicação etimológica para o exemplo selecionado.
Conforme o DRAE, sueño é definido, entre tantas acepções, como “1. m. Acto de dormir. 2. m. Gana de dormir. Tengo sueño. 3. m. Acto de representarse en la fantasía de alguien, mientras duerme, sucesos o imágenes”.
Ou seja, em português, teríamos aí duas palavras diferentes para expressar a primeira e a segunda acepções, que seria “sono”, e outra (“sonho”) para a terceira acepção reproduzida acima. Por que isso ocorre?
Conforme o dicionário Houaiss, “sonho”, de base latina, advém de somnĭum,ĭi ‘sonho’, definido como “1 conjunto de imagens, de pensamentos ou de fantasias que se apresentam à mente durante o sono ‹ teve um s. terrível › ‹ tenha bons s. ›” e, entre outras acepções, “ 2 ato, pessoa ou objeto visto ou imaginado durante o sono ‹ o seu s. daquela noite foi de que estava comprando um iate ›”.
Por sua vez, a palavra “sono” é definida como um “estado fisiológico temporário, que ocorre periodicamente, caracterizado por supressão da vigilância, desaceleração do metabolismo, relaxamento muscular, diminuição da atividade sensorial, suspensão das experiências conscientes que estão referidas no momento ao indivíduo e ao mundo e pela aparição concomitante de sonho ‹ são necessárias oito horas de s. diárias ›”, e, entre outras, “2 vontade, desejo ou necessidade de dormir ‹ o menino lutava com o s., esperando a passagem do cometa › ‹ não se recolheu porque estava sem s. ›. No campo etimológico, o Houaiss explica que a palavra deriva do latim sōmnus,i.
Interessante frizar que, conforme a obra citada, o étimo do espanhol sueño é tanto somnĭum,ĭi quanto sōmnus ‘sono’, “embora a evolução sōmnus > sueño apresente dificuldades fonéticas menores do que somnĭum > sueño”.