O caseiro nos recebe sem demora, e, apesar da idade impressa nos vincos da pele crestada e nos cabelos sem cor […]
(Pontis 3, «Caligrafia do espanto», de Rafael Bán Jacobsen).
El casero nos recibe sin demora, y, a pesar de la edad impresa en los pliegues de la piel curtida y en el cabello descolorido […]
(Pontis 3, «Caligrafía del espanto», de Rafael Bán Jacobsen, traducido por Leticia Lorier y Mauela Pequera)
La palabra de esta semana es «cor», que, según el diccionario Houaiss online, tiene origen latino: color,ōris ‘cor, tonalidade, tinta’. Queda claro el hecho de que «cor» en portugués y color en español son vocablos oriundos de la misma fuente, por cuestiones relativas a la semejanza formal entre ambas palabras, sin contar la primera acepción presentada en el diccionario Houaiss «1. propriedade de radiação eletromagnética, com o comprimento de onda pertencente ao espectro visível, capaz de produzir no olho uma sensação característica [Outras condições fisiológicas podem resultar na mesma sensação]» paralelamente a la primera acepción brindada en el Diccionario de la Real Academia «1. Sensación producida por los rayos luminosos que impresionan los órganos visuales y que depende de la longitud de onda». Nuestra pregunta es: ¿por qué sucedió la desaparición de la -l- intervocálica en portugués, teniendo a la vista que se mantuvo en español en dicha palabra? Para poder llegar a la respuesta, nos basamos en la obra Gramática Histórica, escrita por el filólogo Ismael Coutinho, publicada en Río de Janeiro, en 1970, por la Livraria Acadêmica.
Según Coutinho (1970, p.114), la «l» intervocálica latina desaparece en portugués: «cor» [color] (de color, ōris), «anjo» [ángel] (de angĕlus, i), «pau» [palo] (de pālus, i), «águia» [águila] (de aquĭla, ae), «saúde» [salud] (de salus, ūtis), «vontade» [voluntad] (de volūntas, ātis). La caída de la «l» media es una de las características fonéticas del portugués, ocurrida en el siglo XII – a diferencia del español. La presencia de la «l» media en portugués se explica por: i. las palabras entraron en la lengua en una época posterior a la caída; ii. fueron reconstituidas según modelos latinos; iii. haber sufrido influencia analógica; iv. provenir de otras lenguas. Estos casos son ejemplificados por este estudioso de la lengua en: «salário» [salario] (de salarĭum, ī), «calor» [calor] (de calor, ōris), «silêncio» [silencio] (de silentĭum, ĭi), entre otras.
O caseiro nos recebe sem demora, e, apesar da idade impressa nos vincos da pele crestada e nos cabelos sem cor […]
(Pontis 3, “Caligrafia do espanto”, de Rafael Bán Jacobsen).
El casero nos recibe sin demora, y, a pesar de la edad impresa en los pliegues de la piel curtida y en el cabello descolorido […]
(Pontis 3, «Caligrafía del espanto», de Rafael Bán Jacobsen, traduzido por Leticia Lorier e Mauela Pequera)
A palavra dessa semana é “cor”, que, conforme o dicionário Houaiss on-line, tem origem latina: color,ōris ‘cor, tonalidade, tinta’. Claro fica o fato de “cor” em português e color em espanhol serem vocábulos oriundos da mesma fonte, por questões relativas à semelhança formal entre ambos os vocábulos, sem contar a primeira acepção apresentada no dicionário Houaiss “1 propriedade de radiação eletromagnética, com o comprimento de onda pertencente ao espectro visível, capaz de produzir no olho uma sensação característica [Outras condições fisiológicas podem resultar na mesma sensação]” em paralelo com a primeira acepção disponibilizada no Diccionario de la Real Academia “1. Sensación producida por los rayos luminosos que impresionan los órganos visuales y que depende de la longitud de onda”. Nossa pergunta é: por que houve o desaparecimento do -l- intervocálico em português, tendo em vista sua manutenção em espanhol na palavra em questão? Para chegarmos à resposta, nós nos baseamos na obra Gramática Histórica, escrita pelo filólogo Ismael Coutinho, publicada no Rio de Janeiro, em 1970, pela Livraria Acadêmica.
Conforme Coutinho (1970, p.114), o ‘l’ intervocálico latino desaparece em português: “cor” (de color, ōris), “anjo” (de angĕlus, i), “pau” (de pālus, i), “águia” (de aquĭla, ae), “saúde” (de salus, ūtis), ‘vontade’ (de volūntas, ātis). A queda do ‘l’ medial é uma das características fonéticas do português, ocorrida no século XII – diferentemente do espanhol. A presença do ‘l’ medial em português se explica por: i. as palavras terem penetrado na língua em época posterior à queda; ii. terem sido reconstituídas conforme modelos latinos; terem sofrido influência analógica; iv. provirem de outras línguas. Esses casos são exemplificados pelo estudioso em: “salário” (de salarĭum, ī), “calor” (de calor, ōris), “silêncio” (de silentĭum, ĭi) entre outras.