“Ciudad ocre”: rua e mediotanque1. Há pouco mais de um ano, surgiu como uma apariç&atild...
Há pouco mais de um ano, surgiu como uma aparição. Era uma noite de verão, e eu estava na casa de um amigo em uma rua escuríssima da Ciudad Vieja. Saí para um quiosque improvisado (ou, melhor, pobre) para comprar umas cervejas e, na calçada da frente e ao pé de uma porta de madeira que parecia bombardeada, uma família toda açulava um fogo do qual uma fumaça indomável e um cheiro de carne se desprendiam.
Os homens estavam sem camisa enquanto algumas mulheres, sentadas no meio-fio, chupavam um mate2 de não se sabe quando, e algumas crianças descalças e de cueca corriam à vontade ao redor do mediotanque.
Algumas zonas da Ciudad Vieja de noite não têm nenhuma luz artificial, e todo esse conjunto compunha uma cena estranha ou certamente arcaica, como se proviesse do princípio destas terras: escuridão, homens e mulheres, prole, carne e fogo. Talvez, para eles, essa janta não significasse arcaísmo algum, mas sim um presente perfeito para saciar um desejo ou a fome. Porém, para mim se apresentou como uma imagem ancestral, uma pintura rupestre e em movimento que me colocou à beira de um sonho sobre certo futuro social: uma cidade (ou uma porção de cidade) que, caindo aos pedaços e tudo mais ou se extinguindo no meio da noite, terá seus últimos aborígenes ao redor de um pedaço de vaca. Ocorreu-me então que, embora morramos ou ao morrer, nosso desejo não será o último cigarro, mas uma tira de asado3.
Hace algo más de un año lo vi como una aparición. Era una noche de verano y yo estaba en la casa de un amigo sobre una calle oscurísima de la Ciudad Vieja. Salí a un quiosco improvisado (o más bien pobre) a comprar unas cervezas y, en la vereda de enfrente y al pie de una puerta de madera que parecía bombardeada, toda una familia azuzaba un fuego del que se desprendían un humo incontenible y olor a carne.
Los hombres estaban sin camiseta mientras unas mujeres, sentadas en el cordón, chupaban un mate de vaya a saber qué hora, y algunos niños descalzos y en calzoncillos correteaban a su aire alrededor del mediotanque.
Algunas zonas de la Ciudad Vieja de noche no tienen ninguna luz artificial, y todo ese conjunto componía una escena extraña o ciertamente arcaica, como si proviniera del principio de estas tierras: oscuridad, hombres y mujeres, prole, carne y fuego. Quizás para ellos esa cena no significaba ningún arcaísmo, sino un presente perfecto para saciar un deseo o el hambre. Pero a mí se me presentó como una imagen ancestral, una pintura rupestre y en movimiento que me puso al borde de un sueño sobre cierto futuro social: una ciudad (o un trozo de ciudad) que cayéndose a pedazos y todo, o extinguiéndose en medio de la noche, tendrá a sus últimos aborígenes alrededor de un pedazo de vaca. Se me ocurrió entonces que, aunque muramos o al morir, nuestro deseo no será el último cigarrillo, sino una tira de asado.
Depois de uma imagem que nos marca, sempre vem a repetição, uma espécie de déjà vu.
Não é algo extremamente novo que os montevideanos botem seus mediotanques na calçada e, em família ou com amigos, façam o festim de achuras4, mas tenho a sensação (na verdade, é uma hipótese) de que esta forma de comer ou devorar tem se intensificado nos últimos anos. Nunca tinha visto tanto mediotanque nas ruas como nas últimas festas de final de ano. E tanto impudor em ocupar a calçada: tribos familiares ou de amizade inteiras com mesas, cadeiras, bebidas, isopores, todo o banquete sobre suas calçadas, com as portas abertas, as televisões ligadas, a cumbia5 a todo volume, embora a maioria dos comensais fique sentada esperando sua generosa porção bovina.
Sempre fomos campeões mundiais do consumo de carne (e uísque), e isso sim não é nada novo, mas tenho a intuição de que, com a “era Mujica” e todo seu discurso singelo e que apela à humildade, ao simples, ao modesto, a uma felicidade rápida e rasteira, algo deu uma reviravolta, e que esse discurso (e sensibilidade) tem se infiltrado na cultura e o que antes talvez víssemos como de gosto duvidoso ou prática cafona se ressignificou e adquiriu outros brios que se acotovelam com um orgulho identitário. Somos mediotanque na calçada, somos cumbia.
Después de una imagen que nos marca, siempre viene la repetición, una especie de déjà vu.
No es algo en extremo novedoso que los montevideanos saquen sus mediotanques a la vereda y en familia o con amigos hagan el festín de las achuras, pero tengo la sensación (más bien es una hipótesis) de que esta forma de comer o devorar se ha intensificado en los últimos años. Nunca había visto tanto mediotanque en las calles como en las últimas fiestas. Y tanto impudor para ocupar la vereda: tribus familiares o de amistad enteras con mesas, sillas, bebidas, heladeritas, todo el banquete sobre sus veredas, con las puertas abiertas, los televisores prendidos, la cumbia a tope, aunque la mayoría de los comensales se mantenga sentada esperando su generosa porción vacuna.
Siempre hemos sido campeones mundiales del consumo de carne (y whisky), y esto sí que no es nada nuevo, pero tengo la intuición de que con la «era Mujica» y todo su discurso campechano y que apela a la humildad, a lo simple, a lo llano, a una felicidad cortita y al pie, algo dio otra vuelta de tuerca, y que ese discurso (y sensibilidad) ha venido colándose en la cultura, y lo que antes, quizás, veíamos como de gusto dudoso o de práctica terraja se resignificó y tomó otros bríos que se codean con un orgullo identitario. Somos mediotanque en la vereda, somos cumbia.
Isso que talvez há uma década ou um pouco mais se olhava de viés agora se festeja ou simplesmente se vive com prazer e sem culpa. Sem ânimo de soar aristocrático (nada mais gostoso que um choripán6 de mediotanque), nossa sociedade se voltou (ou está se voltando, não sei muito bem) ao engrandecimento do plebeu. E digo plebeu porque certamente o mediotanque é mais exposto nos bairros humildes ou de classe média, quase até aí. Os demais, puxando para cima, têm barbacoas7. O plebeu no sentido de fazer o que posso com o que tenho, de não pedir mais do que esse momento de satisfação, de aceitar, também, as condições de minha churrasqueira.
Mas não é só a plebe que incorporou sem culpa (talvez seja a que menos tenha) esta nova forma de ser (o novo uruguaio não é só o que consome eletrodomésticos e se endivida para consumir mais) que se derramou sensivelmente em outros.
Parece-me que há anos era impensável que um grupo de artistas e intelectuais jovens (bastante outsider, é verdade, nada esnobe) comemorassem um aniversário com um mediotanque (um pedaço de lata enrolado sobre si mesmo, na verdade) em uma minúscula varanda de uma peça que é o quarto dos donos de casa. Levantaram a cama, movimentaram os móveis, puseram uma mesa no meio e vamos que vamos entre linguiças, porco, picanha, muito uísque e, de sobremesa, Buenos Muchachos, punk rock e pó até as orelhas. Foi um aniversário roqueiro de amizade que durou um dia inteiro. Ali, ninguém pertencia estritamente à plebe, mas adotava suas formas, seu estilo de cortiço fechado (eles que leram Wilde e todas as finezas da literatura).
Eso que quizás hace una década o un poco más se miraba de reojo ahora se festeja o simplemente se vive con goce y sin culpa. Sin ánimo de sonar aristocrático (nada más rico que un choripán de mediotanque), nuestra sociedad ha virado (o está virando, no lo sé muy bien) hacia el ensalzamiento de lo plebeyo. Y digo plebeyo porque ciertamente el mediotanque se expone más en los barrios humildes o de clase media, casi hasta ahí. Los demás, tirando para arriba, tienen barbacoas. Lo plebeyo en el sentido de hacer lo que puedo con lo que tengo, de no pedir más que ese rato de satisfacción, de aceptar, también, las condiciones de mi parrillero.
Pero no solo es la plebe la que ha incorporado sin culpa (quizás es la que menos la tenga) esta nueva forma de ser (el nuevo uruguayo no es solo el que consume electrodomésticos y se endeuda para consumir más) que se ha derramado sensiblemente en otros.
Me parece que hace años era impensable que un grupo de artistas e intelectuales jóvenes (bastante outsider, es cierto, nada esnob) festejaran un cumpleaños con un mediotanque (un pedazo de lata enrollado sobre sí mismo, en verdad) en un minúsculo balcón de la habitación que es el dormitorio de los dueños de casa. Levantaron la cama, corrieron los muebles, pusieron una mesa en el medio y dale que va entre chorizos, cerdo, colita de cuadril, mucho whisky y, de postre, Buenos Muchachos, punk rock y merca hasta las orejas. Fue un cumpleaños rockero y de amistad que duró todo un día. Ahí nadie pertenecía estrictamente a la plebe, pero adoptaba sus formas, su estilo de conventillo encerrado (ellos que han leído a Wilde y todas las finezas de la literatura).
Outra vez, o comportamento plebeu infiltrando-se em outras camadas sociais.
O plebeu ou popular, caso os militantes da correção política leiam estas linhas carregadas de ideologia reacionária, que se estende e se derrama a outros estratos que finalmente aceitam (alguns, claro) que o desejo de deglutir um animal morto e assado (que delícia) não está condicionado a uma infraestrutura como deve ser. É o que é, e assim se come.
A umas quadras da minha casa, uns garotos de classe média alta (já se entenderá o porquê) estão reformando uma casa de magnitudes e instalando uma sala de jogos com carros que parecem de verdade: poltronas cômodas (como de classe A nos aviões), câmbios, telas gigantes (já se entendeu o porquê), tudo a serviço do condutor sublimativo ou da criança-adulto que quer quebrar seu pescoço em autoestradas perigosas. Não sei se serão garotos ricos, mas pobres certamente não são. E eles, também, quase todas as noites, enquanto ajustam suas máquinas placebo da morte, botam o mediotanque na calçada, embora joguem na grelha uns inócuos hambúrgueres congelados. Não falta cerveja, claro, e sim as mulheres. Somente carne animal.
Algo disso é trabalhado na Argentina pela filósofa Mónica B. Cragnolini, que foi, há alguns anos, a diretora do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidad de Buenos Aires.
Otra vez, el comportamiento plebeyo colándose en otras capas sociales.
Lo plebeyo o popular, por si los militantes de la corrección política leen estas líneas cargadas de ideología reaccionaria, que se extiende y se derrama a otros estratos que finalmente aceptan (algunos, claro) que el deseo de deglutir a un animal muerto y asado (qué delicia) no está condicionado a una infraestructura como debe ser. Es lo que es y así se come.
A unas cuadras de mi casa, unos muchachos de clase media alta (ya se entenderá por qué) están reciclando una casa de magnitudes e instalando una sala de juegos con autos que parecen de verdad: sillones cómodos (como de clase A en los aviones), cambios, pantallas gigantes (ya se entendió por qué), todo al servicio del conductor sublimante o del niño-adulto que quiere romperse el cuello en autopistas peligrosas. No sé si serán muchachos ricos, pero pobres seguro que no son. Y ellos, también, sacan casi todas las noches, mientras ajustan sus máquinas placebo de la muerte, el mediotanque a la calle, aunque tiren en la parrilla unas inocuas hamburguesas envasadas. No falta la cerveza, claro, y sí las mujeres. Solo carne animal.
Algo de eso trabaja en Argentina la filósofa Mónica B. Cragnolini, quien fue hasta hace un par de años la directora del Departamento de Filosofía de la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Buenos Aires.
Ela defende que El matadero, de Esteban Echeverría, é a obra fundacional da cultura rio-platense e homologa as práticas alimentares carnívoras à devoração de todo o outro: mulher, negro, homossexual, indígena, pobre, todo o outro que não seja heterossexual, branco e homem. Sobretudo se essa obra se localiza na origem da nação: devorar, aniquilar. Vê no sacrifício animal o poderio certo de uma espécie sobre as outras e da espécie animal humana entre si. Logicamente, a filósofa é vegana e, além de encontrar nesta espécie de canibalismo traços ideológicos e políticos, se opõe ao consumo e à experimentação com qualquer espécie animal não humana (e humana também, claro) porque os animais sofrem, padecem, são sensíveis. E por aquela dominação de uma espécie sobre a outra. Eu fui seu aluno por um semestre inteiro e um exemplo (que elaborou muito mais finamente que nestas poucas linhas) me deixou perplexo: fazer experimentações com coelhos ou com qualquer animal para produzir cosméticos, por exemplo, é semelhante à experimentação que os nazistas faziam com os judeus para “fins científicos”. Pareça-nos ou não hiperbólico esse raciocínio, é o que em boa medida os pensadores fazem: levar as coisas ao extremo. Mas na verdade, cada vez que saíamos daquelas aulas, um grupo de amigos de boa parte da América Latina, disparávamos desesperados para comer um pão com linguiça6 ou um bife à milanesa (inclusive um que era vegetariano se tornou carnívoro, como um católico se torna ateu depois de um caso de pedofilia paroquial). Heresia intelectual.
Sostiene que El matadero, de Esteban Echeverría, es la obra fundacional de la cultura rioplatense y homologa las prácticas alimenticias carnívoras a la devoración de todo lo otro: mujer, negro, homosexual, indígena, pobre, todo lo otro que no sea heterosexual, blanco y varón. Sobre todo si se ubica esa obra en el origen de la nación: devorar, aniquilar. Ve en el sacrificio animal el poderío cierto de una especie sobre las otras y de la especie animal humana entre sí. Por supuesto que la filósofa es vegana y, además de encontrarle a esta especie de canibalismo rasgos ideológicos y políticos, se opone al consumo y experimentación con cualquier especie animal no humana (y humana tampoco, claro) porque los animales sufren, padecen, son sensibles. Y por aquella dominación de una especie sobre la otra. Yo la tuve como docente un semestre entero y un ejemplo (que elaboró mucho más finamente que en estas pocas líneas) me dejó perplejo: experimentar con conejos o con cualquier animal para producir cosméticos, por ejemplo, se parece a la experimentación que los nazis hacían con los judíos con «fines científicos». Nos parezca hiperbólico o no ese razonamiento, es lo que en buena medida hacen los pensadores: llevar las cosas al extremo. Pero lo cierto es que cada vez que salíamos de aquellas clases con un grupo de amigos de buena parte de América Latina, disparábamos desesperados a comernos un chorizo al pan o una milanesa al plato (incluso uno que era vegetariano se convirtió a lo carnívoro como un católico se vuelve ateo luego de un caso de pedofilia parroquial). Herejía intelectual.
Mas voltemos a nós e a estas ruas que estão sendo tomadas por cumbias, fumaça de lenha queimada, farra, mediotanques pingando gordura, linguiças, chinchulines8, vinho, cerveja e uísque. Voltemos a esse quarto em que homens e mulheres (homossexuais ou não, negros ou meias-tintas, intelectuais ou trabalhadores) compartilhamos esse asado9 fechados em uma peça minúscula, sem outro inimigo nem mais dominação que o animal morto e assado que mastigamos com sumo prazer e sem culpa.
Saiamos para a rua e vejamos como o plebeu (o comemoremos ou detestemos) está mastigando o território social. E tudo ao redor da carne, essa carne. Animal sobre animal.
la diaria, 15 de janeiro de 2015.
Traduzido por Verónica Machado e Amanda Duarte Blanco.
Glossário
Mediotanque1
“Artefato para assar carnes que consiste em um semicilindro de metal com pés e uma grelha”.
Tradução do verbete publicado em: Academia Nacional de Letras (2011). Diccionario del español del Uruguay. 1ª ed. Montevidéu, Uruguai.
Pero volvamos a nosotros y estas calles que están siendo copadas por cumbias, humo de leña quemada, jolgorio, mediotanques chorreando grasa, chorizos, chinchulines, vino, cerveza y whisky. Volvamos a esa habitación en la que hombres y mujeres (homosexuales o no, negros o medias tintas, intelectuales o trabajadores) compartimos ese asado encerrados en una pieza minúscula, sin otro enemigo ni más dominación que el animal muerto y asado que masticamos con sumo placer y sin culpa.
Salgamos a la calle y veamos cómo lo plebeyo (lo festejemos o lo detestemos) se está masticando el territorio social. Y todo alrededor de la carne, esa carne. Animal sobre animal.
la diaria, 15 de enero de 2015.
Na capital uruguaia, é comum encontrar na via pública pessoas reunidas ao redor deste artefato. O mediotanque é uma invenção mais econômica que a churrasqueira a lenha, construída de tijolos. Além disso, sua mobilidade permite transportá-lo para qualquer lugar, por isso é utilizado com maior frequência em terraços, varandas e casas sem quintal.
Mate2
“(Do quíchua mati). Infusão de erva que é sorvida pausadamente, com uma bomba, ceivando pequenas porções de água quente por vez”.
Tradução do verbete publicado em: Academia Nacional de Letras (2011). Diccionario del español del Uruguay. 1ª ed. Montevidéu, Uruguai.
No Uruguai, o consumo do mate é prática de grande parte da população. Bebido em quase qualquer contexto e momento, as pessoas levam seus mates para todos os lados e seu consumo é frequente motivo de reunião. Neste sentido, é comum convidar uma pessoa “a tomar unos mates” [para tomar um chimarrão] da mesma maneira que é possível convidar alguém para jantar ou tomar um café; o convite sempre é pessoal, já que não existem locais que vendam a tradicional bebida.
Tira de asado3
“Asado de tira. m. Corte de costela bovina secionado transversalmente em tiras, empregado para assar”.
Tradução do verbete publicado em: Academia Nacional de Letras (2011). Diccionario del español del Uruguay. 1ª ed. Montevidéu, Uruguai.
É o tipo de corte tradicional do asado uruguaio e também o mais popular, pois sua origem se vincula com os cortes mais baratos no abate.
Achura4
“(Do quíchua achura, provisão diária). f. Víscera comestível de um boi”.
Tradução do verbete publicado em: Academia Nacional de Letras (2011). Diccionario del español del Uruguay. 1ª ed. Montevidéu, Uruguai.
Cumbia5
Ritmo musical para dançar. No Uruguai, termo em que se incluíam outros ritmos como plena, salsa ou merengue, por generalização. Em certas faixas etárias e em algumas camadas sociais, percebe-se a cumbia como parte de uma cultura marginal associada aos setores socioeconômicos mais baixos ou a uma cultura da delinquência; está especialmente estigmatizada a ação de escutar a música a todo volume. Nesta visão, a cumbia e seus consumidores são considerados de mau gosto.
Na verdade, desde o final da última década do século XX, o consumo da música tropical transpassou todas as camadas sociais. São exceções as reuniões com dança que não incluam esses ritmos em sua seleção musical.
Choripán6
“(Apócope de “chorizo” [linguiça] e “pan” [pão]). m. Linguiça assada que se come com pão”.
Tradução do verbete publicado em: Academia Nacional de Letras (2011). Diccionario del español del Uruguay. 1ª ed. Montevidéu, Uruguai.
No Uruguai e na Argentina é uma comida extremamente popular, e é comum encontrar este produto à venda em carrinhos nas ruas, bem como em espetáculos públicos, desde gincanas escolares a atos políticos, passando por espetáculos esportivos e musicais.
Barbacoa7
“f. Aposento exterior de uma casa, amplo e com churrasqueira, adequado para a realização de reuniões”.
Tradução do verbete publicado em: Academia Nacional de Letras (2011). Diccionario del español del Uruguay. 1ª ed. Montevidéu, Uruguai.
Esta denominação, bastante atual, é utilizada como a forma um tanto esnobe para designar o tradicional espaço conhecido como quincho (conforme o DRAE, “alpendre com teto de palha sustentado por colunas, usado como proteção em refeições ao ar livre”), onde se encontra a churrasqueira de uma moradia.
No texto, o autor propõe uma hierarquia em que o mediotanque ocuparia o lugar mais básico; a barbacoa, o mais sofisticado; e o parrillero [churrasqueira], o lugar neutro.
Chinchulín8
“(Do quíchua chunchulli). m. Intestino delgado bovino, que se come assado”.
Tradução do verbete publicado em: Academia Nacional de Letras (2011). Diccionario del español del Uruguay. 1ª ed. Montevidéu, Uruguai.
Asado9
Conjunto de carnes, embutidos e miúdos assados em uma grelha para consumo (em versões mais modernas, pode-se inclusive acrescentar certos vegetais). Também designa o evento ou a reunião organizada para tal fim. No Rio da Prata, é uma prática muito usual aproveitar os finais de semana, feriados ou qualquer motivo de festa para se reunir e “hacer un asado” [fazer um churrasco].
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